O Que São Figuras de Linguagem? Exemplos e os tipos.

figuras de linguagem

Sumário

O Que São Figuras de Linguagem?

Figuras de linguagem são recursos utilizados na língua para conferir expressividade, ênfase e criatividade à comunicação. Elas fogem do uso literal das palavras e, em vez disso, exploram novas maneiras de expressar ideias, sentimentos e conceitos.

A Arte de Encantar com Palavras

As palavras têm o poder de criar mundos inteiros, despertar emoções intensas e transmitir ideias complexas. Em nosso fascinante universo da linguagem, as figuras de linguagem são as ferramentas que transformam o simples ato de comunicar em uma dança de metáforascomparações e sutilezas.

Se você já se maravilhou com o brilho de uma metáfora bem construída, se emocionou com uma bela prosopopeia ou se encantou com um elegante eufemismo, está no lugar certo.

Afinal, para que servem as Figuras de Linguagem?

As figuras de linguagem são como os temperos da língua, capazes de dar sabor, cor e emoção a nossas palavras. Elas transcendem a mera comunicação, transformando a maneira como nos expressamos e, por conseguinte, como compreendemos o mundo ao nosso redor.

Nesse sentido, vamos estabelecer uma base sólida, definindo o que são e por que são tão essenciais na comunicação.

A Importância das Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem desempenham um papel vital na literatura, tornando a escrita mais rica, expressiva e poética. Elas ajudam os autores a transmitir emoções, criar imagens vívidas e aprofundar a compreensão dos leitores sobre os temas e personagens da história.

Dessa forma, é importante conhecer como elas podem enriquecer a comunicação, tornando-a mais cativante, persuasiva e artística. Compreender seu papel é fundamental para qualquer pessoa que deseje dominar a arte da escrita e da oratória, e que quer ampliar sua compreensão na leitura.

Sendo assim, vamos prosseguir para a definição de cada uma e seus exemplos práticos.

Figuras de Palavras ou Semântica

Comparação: Explorando Semelhanças de Forma Explicita

A figura da comparação envolve uma relação de semelhança entre dois termos, geralmente marcada pela presença de uma conjunção comparativa, como “como” ou “tal qual”. Por exemplo:
“A sua risada é como música para meus ouvidos.”
Neste exemplo, a comparação entre “sua risada” e “música” é feita explicitamente com o uso da conjunção “como,” realçando a semelhança entre a alegria que a risada proporciona e a música.

Metáfora: A Arte da Comparação Implícita

A metáfora é uma figura que estabelece uma comparação implícita entre dois termos, sem o uso de conjunções comparativas, o que a difere da comparação, citada acima. Por exemplo:
“Seus olhos eram estrelas brilhantes na escuridão.”
Aqui, a expressão “seus olhos” é comparada a “estrelas brilhantes,” criando uma imagem vívida que sugere a intensidade do brilho nos olhos.

Metonímia: A Troca Significativa

A metonímia é uma figura que envolve a substituição de um termo por outro, desde que haja uma relação de proximidade ou equivalência.
Alguns exemplos de metonímia incluem essas modalidades de substituições:

Autor e Obra

Shakespeare está entre os clássicos da literatura.

Nesse caso, “Shakespeare” se refere às obras escritas por William Shakespeare, conectando o autor à sua produção literária.

Possuidor e Possuído

Vou ao Picasso na sexta-feira.

Aqui, “Picasso” representa uma exposição de obras de arte do pintor, destacando o local associado à sua obra.

Lugar e Produto

Esta loja vende os melhores Muranos.

Nesse contexto, “Muranos” é uma metonímia para se referir a lustres de vidro fabricados na ilha de Murano, na Itália. O lugar de origem (Muranos) está sendo usado para representar o produto (lustres de vidro).

Efeito e Causa

As palavras dele eram punhais, atingindo profundamente o coração de todos os presentes.

Nesse exemplo, as “palavras” são usadas metonimicamente para representar as ações e os efeitos das palavras. As palavras não são literalmente punhais, mas a frase sugere que as palavras têm o efeito de ferir emocionalmente as pessoas, como se fossem punhais. Portanto, a causa (palavras) está sendo usada para representar o efeito (ferir emocionalmente).

Continente e Conteúdo

Comeu um prato de arroz no almoço.

Aqui, a a palavra “prato” é usada para representar a refeição, em vez de se referir apenas ao objeto físico.

Coisa e sua Representação

Ninguém ousa desafiar a coroa.

Neste contexto, “a coroa” representa o poder e a autoridade do governo ou monarquia, destacando a ideia de representação.

Inventor e Invenção

Tesla está revolucionando a indústria automobilística.

Aqui, “Tesla” se refere à empresa e aos veículos elétricos por ela produzidos, destacando a influência do inventor e empreendedor Elon Musk.

Qualidade e Espécie

Os imortais do Olimpo eram adorados e temidos pelos gregos

Nesse caso, “imortais” é usado para se referir aos deuses do Olimpo, indicando sua natureza divina e eterna por meio de um traço característico.

Singular e Plural

arquiteto tem um olhar único sobre a cidade.

Neste contexto, “o arquiteto” representa todos os profissionais da área, enfatizando a singularidade de suas perspectivas.

Matéria e Objeto

O rapaz andava cheio de ouro pelo corpo.

Aqui, “ouro” se refere aos objetos feitos desse metal, destacando seu valor comercial.

Indivíduo e Classe

Ele é mais um Einstein em potencial.

Neste exemplo, “Einstein” representa todos os indivíduos que têm potencial para se destacar intelectualmente, enfatizando a ideia de fazer parte de uma classe de pessoas excepcionais.

Catacrese: O Uso Inadequado por Falta de Alternativa

A catacrese ocorre quando utilizamos uma palavra devido à falta de uma alternativa mais específica. Veja o exemplo abaixo:

 da mesa estava quebrado.

A catacrese é usada porque, embora “pé” seja uma parte de um ser vivo, como o ser humano, nesse contexto, está sendo aplicada a um objeto inanimado, no caso, a mesa. A palavra “pé” é usada de forma metafórica para se referir à parte da mesa que a sustenta, pois não há um termo mais específico para descrever essa parte da mesa. Portanto, a catacrese ocorre aqui devido à falta de uma palavra mais precisa para designar essa parte da mesa, e “pé” é empregada por analogia.

Perífrase ou Antonomásia: A Arte dos Apelidos

A perífrase e a antonomásia são figuras que envolvem a substituição de um termo por outro que o caracterize, como um apelido. Por exemplo: 

conquistador das Américas é um nome conhecido na História.

Aqui, a expressão “conquistador das Américas” é uma perífrase que substitui o nome “Cristóvão Colombo,” caracterizando-o pelo feito de sua descoberta das Américas.

Pelé do xadrez é um jovem prodígio no esporte.

Nesse caso, “Pelé do xadrez” é uma antonomásia que se refere ao enxadrista prodígio, estabelecendo uma comparação com a fama de Pelé no futebol.

Sinestesia: A Dança dos Sentidos

A sinestesia é uma figura que combina dois ou mais sentidos, como visão, olfato, audição, paladar e tato, criando uma experiência sensorial rica. Por exemplo:

A melodia da música era doce como o sabor do chocolate.

Nesse contexto, “doce” não se refere literalmente ao gosto da música, mas à sensação agradável e prazerosa que ela proporciona. A combinação dessas sensações ajuda a transmitir a ideia de que a música é extremamente agradável e prazerosa de se ouvir, como se fosse uma experiência sensorial completa e envolvente.

Figuras de Sintaxe ou Construção

Elipse: A Arte da Omissão Estratégica

A elipse é a ocultação de palavras ou expressões na estrutura do enunciado, com o intuito de tornar a frase mais concisa. Por exemplo:

Nunca pensei sobre o assunto.

Nesse exemplo há ausência do pronome “eu” que está apenas implícito na frase, nesse caso há elipse.

Zeugma: O Enigma da Omissão

O zeugma é um tipo de elipse caracterizado pela omissão de um termo que foi mencionado anteriormente no contexto. Veja o exemplo:

Comi a sobremesa; você, o prato principal.

Nesse caso, a figura de linguagem ocorre quando algumas palavras são omitidas nas duas frases, mas a compreensão do que foi dito não é comprometida. A frase completa poderia ser:

A frase completa poderia ser:

Comi a sobremesa; você comeu o prato principal.

No entanto, o autor optou por omitir a parte repetitiva (“comeu o prato principal”) porque já havia sido mencionada anteriormente na frase e era redundante. O contexto fornece informações suficientes para que os leitores entendam que a ação se refere a você (a pessoa mencionada anteriormente) e o que você fez em relação à refeição. Isso torna a frase mais concisa e elegante, aproveitando a figura da elipse para evitar repetições desnecessárias.

Anáfora e Anadiplose: A Arte da Repetição Estratégica

anáfora envolve a repetição de uma ou mais palavras no início de versos ou orações, com o propósito de enfatizar uma ideia. Por exemplo:

Eles chegaram, eles conquistaram, eles venceram.

Essa repetição serve para destacar a importância do sujeito, “eles,” enfatizando que foram eles que realizaram essas ações. A anáfora nesse contexto enfatiza a unidade das ações e o papel decisivo desempenhado por “eles” ao longo do processo, criando uma sensação de força e ênfase no texto.

anadiplose é uma construção onde a última palavra ou parte de uma frase se repete no início da frase subsequente, estabelecendo uma ligação entre elas. Veja a diferença:

O tempo voa, voa como um pássaro.

Nesse caso, a palavra “voa” é repetida no início da segunda frase, seguindo a estrutura da anadiplose.

Pleonasmo: A Ênfase Sutil

O pleonasmo é o uso de um termo dispensável com a finalidade de enfatizar uma ideia. Por exemplo:

Vi uma serpente rastejando pelo chão.

Nesse exemplo, o pleonasmo ocorre porque a ação de rastejar é inerente a uma serpente, uma vez que esse é o seu modo de locomoção natural. Portanto, é redundante dizer “serpente rastejando,” mas o uso do pleonasmo nesse contexto pode ser usado para enfatizar a presença da serpente e a natureza da sua ação.

Anacoluto: A Desconexão Sintática

O anacoluto ocorre quando há uma falta de conexão sintática entre o início de uma frase e a sequência de ideias. Por exemplo:

Eu estudei o conteúdo, o exame foi fácil.

Neste caso, a frase apresenta uma falta de conexão sintática entre as duas partes. A frase deveria ser estruturada de forma mais clara, como: “Eu estudei o conteúdo, por isso o exame foi fácil.” O anacoluto ocorre porque as duas partes da frase não estão adequadamente conectadas.

Silepse: A Concordância Ideológica

A silepse é uma figura de construção que envolve a concordância ideológica, ou seja, a concordância com a ideia, não necessariamente com o termo expresso. Existem três tipos de silepse:

Silepse de Gênero

Exemplo: O Rio de Janeiro é uma cidade incrível. Ela tem uma energia única.

Neste caso, a palavra “cidade” é feminina, e o pronome pessoal “ela” concorda em gênero com a ideia da cidade, não com o sujeito “Rio de Janeiro” em si, que é uma palavra masculina, demonstrando assim uma silepse de gênero.

Silepse de Número

Exemplo: O grupo buscou uma solução, pois não aguentavam mais aquela situação.

No exemplo, o sujeito “grupo” está no singular, enquanto o verbo “aguentavam” está no plural. Isso ocorre porque o verbo concorda com a ideia de que vários indivíduos dentro do grupo não aguentavam mais a situação, mesmo que o sujeito “grupo” esteja no singular. Portanto, nessa construção, o verbo se flexiona de acordo com o sentido mais amplo da expressão, que representa um grupo de pessoas.

Silepse de Pessoa

Exemplo: Os quatro queremos ir ao cinema hoje!

O verbo “querer” deveria concordar na terceira pessoa do plural, resultando em “os quatro querem”, para corresponder à estrutura gramatical correta. Entretanto, o autor da frase transforma “os quatro” na ideia de “nós” (primeira pessoa do plural)

Hipérbato: A Inversão Estratégica

A hipérbato é a inversão da ordem direta dos elementos de uma oração ou período, para dar destaque a uma parte da frase. Por exemplo:

Lindíssima ela estava na festa

Há uma inversão da ordem direta das palavras, dando destaque maior ao adjetivo “lindíssima”, onde a ordem natural seria “ela estava lindíssima na festa”

Polissíndeto: A força da repetição

O polissíndeto consiste na repetição de uma mesma conjunção para dar ênfase. Exemplo:

E ela chorava, e esperneava, e gritava, porque não fizeram o que ela queria.

Facilmente neste exemplo, podemos perceber a recorrência do elemento conectivo “e”, dando ênfase aos verbos, que representam as ações do sujeito.

Figuras de pensamento

Hipérbole: O Poder do Exagero

A hipérbole envolve o uso de exagero na declaração, amplificando a intensidade da mensagem. Por exemplo:

Quase morri de saudades!

Evidentemente, a uma pessoa não morre dessa forma, mas o exagero enfatiza o nível extremo de saudades.

Litotes: A Afirmação pela Negativa do Contrário

A litotes é uma figura em que a afirmação é feita pela negação do contrário. Por exemplo:

Meu cachorro não é nada pequeno, e ainda é um filhote.

Neste caso, ao dizer que cachorro “não é nada pequeno,” o enunciador está, na verdade, afirmando que o cachorro é muito grande, mas de uma forma mais suave.

Eufemismo: A Suavização da Realidade

O eufemismo é o uso de palavras ou expressões agradáveis para suavizar ou amenizar uma declaração mais crua. Por exemplo:

Hoje, nosso amigo foi para os braços do Senhor

Em vez de dizer que a pessoa morreu, foi usada a expressão “foi para os braços do Senhor” para assim amenizar a notícia da morte, passando a ideia que a pessoa foi para um lugar melhor.

Ironia: A Arte da Contradição Irônica

A ironia consiste em sugerir o contrário do que se afirma, muitas vezes de forma sarcástica. Por exemplo:

Ótimo dia para um piquenique! Quando está chovendo.

A ironia nessa frase ocorre porque a pessoa está sarcasticamente descrevendo um dia chuvoso como “ótimo para um piquenique”, quando, na realidade, um piquenique é uma atividade ao ar livre que geralmente é arruinada pela chuva. É uma expressão de sarcasmo, sugerindo exatamente o oposto do que se afirma.

Prosopopeia: A Atribuição de Humanidade a Seres ou Coisas Inanimadas

A prosopopeia, também conhecida como personificação, envolve a atribuição de características humanas a seres irracionais ou a coisas. Por exemplo:

vento sussurrou segredos pela floresta.

Nesse exemplo, a prosopopeia atribui a habilidade de sussurrar e comunicar ao vento, uma característica humana. Isso cria uma imagem poética de interação entre elementos da natureza e destaca o poder da personificação na literatura.

Antítese: A Oposição de Ideias

A antítese é a figura que explora a aproximação de palavras, expressões ou ideias de sentido oposto. Exemplo: luz e a escuridão fazem parte da nossa alma!

Neste exemplo acima, “luz” está ao lado de “escuridão”, que é seu termo contrário.

Paradoxo ou Oxímoro: A Contradição Envolvente

O paradoxo é uma antítese que expressa uma contradição, muitas vezes de forma intrigante. Por exemplo:

Gritava em silêncio, suportando a morte de seu pai.

Nesse contexto, o paradoxo está em “gritava em silêncio,” uma vez que o grito é, por natureza, um som audível.

Apóstrofe: A Invocação Poética

A apóstrofe envolve a interrupção da frase para interpelar ou invocar alguém ou algo. Por exemplo:

Ó Deus! por que permitiu que isso acontecesse?
Neste caso, o enunciador faz uma invocação a Deus como uma expressão de surpresa.

Gradação: A Escalada das Ideias

A gradação é a sequência de ideias, geralmente em uma progressão ascendente ou descendente, criando uma escalada de intensidade. Por exemplo:

Como você é esperto, inteligente, um gênio!
Aqui, as palavras vão escalando de um elogio para outro, aumentando a intensidade do elogio até seu ápice.

Figuras de Som ou Harmonia

Além das figuras de pensamento, a linguagem também pode ser ornamentada pela sonoridade e musicalidade das palavras. As figuras de som ou harmonia incluem:

Aliteração: A Repetição de Consoantes ou Sílabas

A aliteração é a repetição de sons consonantais, criando um efeito sonoro. Por exemplo:

Chove chuva, chove sem parar (Jorge Ben)

Nessa aliteração, a repetição do som “ch” em “chove chuva” cria um efeito sonoro marcante, que nos remete ao som da chuva. Ela contribui para a musicalidade e a expressividade da canção, tornando a experiência sensorial mais vívida para o ouvinte.

Assonância: A Repetição de Vogais

A assonância envolve a repetição de sons de vogais em uma sequência de palavras, adicionando melodia à frase. Por exemplo:

Minha foz do Iguaç/ Pólo sul, meu azul / Luz do sentimento nu (Linha do Equador – Djavan)

Nessa frase, a assonância é evidente com a repetição do som da vogal “u” em palavras como “Iguaçu,” “azul,” e “sentimento.” Essa repetição de sons de vogais cria uma harmonia sonora e um ritmo agradável à frase, contribuindo para a musicalidade da música de Djavan. A assonância também enfatiza a conexão entre as palavras, intensificando a sensação de unidade e coesão no poema.

Onomatopeia: A Imitação Sonora na Palavra

A onomatopeia consiste em usar palavras para imitar sons e ruidos por escrito. Por exemplo:

Cof!Cof! Me desculpe pela tosse!

A palavra “cof, cof” imita o som de uma pessoa tossindo.

Paronomásia: O Jogo com Palavras Semelhantes

A paronomásia envolve o uso de palavras parecidas, mas com grafia, som e significado distintos. Por exemplo:

Esse cavaleiro é um verdadeiro cavalheiro

Note que as duas palvaras, “cavaleiro e cavalheiro”, tem uma sonoridade muito parecida, mas sua grafia e sentido são bem diferentes. Cavaleiro é uma pessoa que anda a cavalo e cavalheiro, alguém educado.

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Figuras de Linguagem na Prática

Neste tópico, veremos como as figuras de linguagem são usadas em contextos do mundo real, incluindo literatura, discursos, música e publicidade. 5 Figuras de Linguagem famosas na Literatura mundial

Neste contexto, vamos explorar agora alguns exemplos de figuras de linguagem em grandes obras da literatura e como elas contribuem para a construção de significados e atmosfera:

  1. Metáfora em “Romeu e Julieta” de William Shakespeare:
  • Exemplo: “É o Oriente e Julieta é o sol.”
  • Significado: Nesta metáfora famosa, Romeu compara Julieta ao sol, enfatizando sua beleza e o fato de que ela ilumina sua vida. A metáfora ressalta a intensidade do amor de Romeu por Julieta e cria uma atmosfera de paixão avassaladora na história.
  1. Metonímia em “1984” de George Orwell:
  • Exemplo: “O Grande Irmão está de olho em você.”
  • Significado: Neste contexto distópico, a expressão “O Grande Irmão” é uma metonímia para o governo totalitário e vigilante. Ela cria uma atmosfera de opressão constante e vigilância na sociedade fictícia de Orwell, contribuindo para a construção de um ambiente sombrio.

Inclusive, na seção de downloads aqui no site, há outra obra importante de Orwell que você pode baixar gratuitamente e ler, vou deixar o link abaixo:

  1. Personificação em “Dom Casmurro” de Machado de Assis:
  • Exemplo: “O jardim parecia suspirar com as flores murchas.”
  • Significado: Neste trecho, o jardim é personificado, dando-lhe a capacidade de “suspirar” e expressar tristeza. Isso contribui para a atmosfera melancólica da narrativa e sugere emoções profundas experimentadas pelo protagonista, Bentinho.

BAIXE “Dom Casmurro” de graça aqui no site, é só clicar no link: Dom Casmurro – Machado de Assis

botão de download
  1. Metáfora em “Moby Dick” de Herman Melville:
  • Exemplo: “A brancura da baleia era como um espectro da morte.”
  • Significado: Nesta metáfora, a brancura da baleia é comparada a um “espectro da morte”, destacando o caráter ameaçador e misterioso da baleia branca, Moby Dick. A metáfora contribui para a tensão e o simbolismo ao longo da história.
  1. Hipérbole em “As Aventuras de Tom Sawyer” de Mark Twain:
  • Exemplo: “Eu morreria de fome antes de pedir para tia Polly fazer uma coisa dessas!”
  • Significado: Nesta hipérbole, Tom Sawyer exagera sua aversão à ideia de pedir a tia Polly para fazer algo. Essa figura de linguagem contribui para a construção do humor no livro, enfatizando a relutância de Tom de uma maneira exagerada.

Esses exemplos demonstram como as figuras de linguagem desempenham um papel crucial na literatura, enriquecendo a narrativa, transmitindo emoções e contribuindo para a atmosfera das obras. Eles ajudam os autores a criar imagens vívidas, tornar os personagens mais reais e aprofundar a compreensão dos leitores sobre os temas explorados na história.

4 Figuras de Linguagem em Discursos famosos

Dando prosseguimento, vamos descubrir agora como alguns oradores habilidosos utilizam figuras de linguagem para cativar e persuadir suas audiências.

1. Martin Luther King Jr. e a Anáfora:

  • Exemplo: “Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença – ‘Nós consideramos essas verdades como autoevidentes: que todos os homens são criados iguais.’”
  • Significado: Martin Luther King Jr. usou repetidamente a anáfora da frase “Eu tenho um sonho” para criar ênfase e unidade em seu famoso discurso “Eu Tenho Um Sonho”. A repetição reforça a importância do sonho de igualdade racial e inspira os ouvintes.

2. Winston Churchill e a Metáfora:

  • Exemplo: “Sangue, trabalho, lágrimas e suor.”
  • Significado: Em seu discurso famoso durante a Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill usou a metáfora “sangue, trabalho, lágrimas e suor” para descrever os sacrifícios necessários para a vitória. Essa metáfora evoca uma imagem poderosa de determinação e esforço em tempos difíceis.

3. Barack Obama e a Anadiplose:

  • Exemplo: “Nossa jornada é longa, nossa estrada é difícil, mas juntos, chegaremos lá.”
  • Significado: Barack Obama utilizou a anadiplose, que é a repetição da última palavra de uma cláusula no início da cláusula seguinte, para criar uma sensação de continuidade e progresso em seu discurso de posse. Isso envolve os ouvintes e os motiva a acreditar na mudança.

4. Steve Jobs e a Antítese:

  • Exemplo: “Hoje à noite, você vai deixar aqui e dizer: ‘Nossa, eu sou o melhor do mundo.’”
  • Significado: Steve Jobs frequentemente usava antítese para criar contraste e enfatizar a superioridade dos produtos da Apple. Neste exemplo, ele opõe a ideia de ser “o melhor do mundo” à experiência de seus produtos, persuadindo os ouvintes a acreditarem na qualidade.

Figuras de linguagem como anáfora, metáfora, antítese e eufemismo são ferramentas poderosas para transmitir ideias, criar conexões emocionais e persuadir o público a adotar seus pontos de vista ou seguir seus ideais.

5 Figuras de Linguagem marcantes na Música

A música é um terreno fértil para as figuras de linguagem. Agora, analise as letras destas músicas populares e veja como elas as utilizam para criar conexões emocionais.

  1. Metáfora em “Imagine” de John Lennon:
  • Exemplo: “Imagine there’s no heaven / It’s easy if you try / No hell below us / Above us only sky.”
  • Tradução: “Imagine que não há paraíso / É fácil se você tentar / Nenhum inferno abaixo de nós / Acima de nós, apenas o céu.”
  • Análise: A metáfora “Imagine there’s no heaven” compara a ideia de um mundo sem conflitos e divisões a um céu sereno. A música utiliza metáforas para transmitir uma mensagem de paz, unidade e esperança, conectando-se emocionalmente com os ouvintes.
  1. Comparação em “Smells Like Teen Spirit” do Nirvana:
  • Exemplo: “With the lights out, it’s less dangerous / Here we are now, entertain us.”
  • Tradução: “Com as luzes apagadas, é menos perigoso / Aqui estamos agora, nos entretenha.”
  • Análise: A comparação “With the lights out, it’s less dangerous” estabelece uma conexão entre a escuridão e a sensação de segurança. Isso cria uma atmosfera de alienação e descontentamento, comumente associada à juventude, tornando a música um hino geracional.
  1. Metonímia em “Rocket Man” de Elton John:
  • Exemplo: “Mars ain’t the kind of place to raise your kids.”
  • Tradução: “Marte não é o tipo de lugar para criar seus filhos.”
  • Análise: A metonímia “Mars” é usada para representar a ideia de uma sociedade distante ou inóspita. Isso cria uma conexão emocional com o tema da solidão e do isolamento, enquanto o ouvinte se identifica com o narrador que está longe de casa.
  1. Metáfora em “I Will Always Love You” de Whitney Houston:
  • Exemplo: “I hope life treats you kind / And I hope you have all you’ve dreamed of.”
  • Tradução: “Espero que a vida te trate com gentileza / E espero que você tenha tudo o que sonhou.”
  • Análise: A metáfora “I hope life treats you kind” compara o desejo de bem-estar e felicidade ao tratamento gentil. Isso expressa amor e cuidado emocional, conectando-se profundamente com os ouvintes.
  1. Hipérbole em “Yesterday” dos Beatles:
  • Exemplo: “Oh, I believe in yesterday.”
  • Tradução: “Oh, eu acredito em ontem.”
  • Análise: A hipérbole “I believe in yesterday” exagera a importância do passado na vida do narrador. Isso cria uma conexão emocional com a nostalgia e o lamento, sentimentos universais que muitos ouvintes podem entender.

Percebeu? As figuras de linguagem permitem que os ouvintes se identifiquem com as emoções, experiências e histórias transmitidas nas músicas, tornando a música um meio poderoso de expressão artística e conexão com o público.

7 Figuras de Linguagem na Publicidade

Na publicidade, desempenham um papel muito significativo, uma vez que podem cativar e influenciar as decisões dos consumidores de maneira poderosa. Vamos então, investigar algumas estratégias publicitárias inteligentes. Logo abaixo, temos alguns exemplos que mostram o uso eficaz das figuras de linguagem na publicidade com o intuito de influenciar as decisões dos consumidores:

  1. Metáforas:
  • Exemplo: “Red Bull te dá asas.”
  • Análise: A metáfora “Red Bull te dá asas” sugere que o consumo da bebida proporciona uma sensação de energia e liberdade, incentivando os consumidores a se identificarem com a ideia de que podem superar limites e desafios.
  1. Anáfora:
  • Exemplo: “Just Do It” (Nike)
  • Análise: A repetição da frase “Just Do It” em várias campanhas publicitárias da Nike cria uma ênfase na ação e na superação. Os consumidores são instados a agir, associando a marca a um espírito de determinação e realização.
  1. Personificação:
  • Exemplo: “O carro que conhece você” (Hyundai)
  • Análise: A personificação do carro como alguém que “conhece você” cria uma conexão emocional entre o consumidor e o produto. Isso sugere que o carro é intuitivo e se adapta às necessidades do motorista.
  1. Metonímia:
  • Exemplo: “Beba o puro da montanha” (água mineral)
  • Análise: O uso da metonímia “puro da montanha” para se referir à água mineral transmite a ideia de que o produto é natural e saudável, aproveitando a imagem de águas cristalinas em uma montanha intocada.
  1. Hipérbole:
  • Exemplo: “O melhor hambúrguer do mundo.”
  • Análise: A hipérbole “o melhor hambúrguer do mundo” exagera a qualidade do produto, criando uma expectativa elevada. Isso pode atrair os consumidores a experimentarem o produto e verificarem se ele corresponde à afirmação.
  1. Eufemismo:
  • Exemplo: “Higiênico e refrescante” (sabonete)
  • Análise: O uso do eufemismo “higiênico e refrescante” suaviza a descrição do sabonete, tornando-o mais atraente e agradável aos olhos do consumidor.
  1. Ironia:
  • Exemplo: “Porque você merece o melhor… mas o melhor é caro. Compre o nosso!” (marca de produtos acessíveis)
  • Análise: A ironia nessa campanha publicitária destaca a ideia de que produtos de qualidade nem sempre precisam ser caros. Isso atrai consumidores que buscam qualidade a preços acessíveis.

Esses exemplos ilustram como as figuras de linguagem são empregadas de forma eficaz na publicidade. Elas podem criar uma conexão emocional, transmitir mensagens persuasivas e destacar os pontos fortes dos produtos ou serviços, tornando-os mais atraentes para o público-alvo.

Concluindo, as figuras de linguagem são verdadeiras aliadas da comunicação eficaz e da expressão artística. Compreendê-las e usá-las de forma adequada pode elevar sua escrita e comunicação a novos patamares. Lembre-se de praticar e explorar diferentes contextos para aperfeiçoar suas habilidades. Com o conhecimento adquirido neste artigo, você estará melhor preparado para se comunicar com palavras bem escolhidas e expressivas, além de um novo olhar sobre os textos que ler e discursos que ouvir daqui pra frente.

Resumo das principais Figuras de Linguagem

Figuras de Comparação

Comparação: Estabelece uma relação de semelhança entre dois ou mais termos, geralmente separados por conjunção. Exemplo: “Ela era bela como uma flor e doce como o mel.”

Metáfora: Comparação implícita, onde um termo é substituído por outro com o qual possui uma relação simbólica. Exemplo: “Seus olhos eram duas estrelas brilhantes.”

Metonímia: Um termo é substituído por outro que esteja relacionado ou seja equivalente. Exemplo: “O Brasil venceu a partida.” (O país como um todo está representado pela equipe de futebol que o representa.)

Catacrese: Ocorre quando usamos um termo devido à perda de seu sentido original. Exemplo: “Pegue o braço da cadeira” (pois não se pode pegar o “apoio da cadeira”).

Perífrase ou Antonomásia: Um termo é substituído por outro que o caracterize. Exemplo: “O Rei do Pop” (para se referir a Michael Jackson).

Sinestesia: Combina dois ou mais sentidos do corpo humano. Exemplo: “O som da sua risada é doce” (combinando o sentido auditivo com o gustativo).

Figuras de Sintaxe ou Construção

Elipse: Palavra ou expressão é omitida na estrutura do enunciado. Exemplo: “Gosto de sorvete; ela, de bolo.”

Zeugma: Omissão de um termo mencionado anteriormente. Exemplo: “Ela ama música; ele, esportes.”

Anáfora: Repetição de uma ou mais palavras no início de versos ou orações. Exemplo: “Caminhamos juntos, sonhamos juntos, vencemos juntos.”

Anadiplose: Repetição da última palavra ou expressão no início da frase subsequente. Exemplo: “A alegria está nos pequenos gestos, gestos que iluminam nossos dias.”

Pleonasmo: Uso de termos dispensáveis para enfatizar uma ideia. Exemplo: “Subir para cima.”

Anacoluto: Ocorre quando falta conexão sintática entre o início de uma frase e a sequência de ideias. Exemplo: “Ele gosta de música clássica, não gosto.”

Silepse: Envolve a concordância ideológica. Exemplo: “A equipe conquistou a vitória. Estamos de parabéns.”

Hipérbato: É a inversão da ordem direta dos elementos em uma oração ou período. Exemplo: “No jardim, as flores belas e coloridas floresciam.”

Polissíndeto: Consiste na repetição da conjunção “e”. Exemplo: “Comi e bebi e dancei a noite toda.”

Figuras de Pensamento

Hipérbole: Exagero na declaração. Exemplo: “Estou morrendo de fome!”

Litotes: Uma afirmação é feita pela negação do contrário. Exemplo: “Não é uma ideia ruim.”

Eufemismo: São palavras ou expressões agradáveis usadas para suavizar declarações. Exemplo: “Ele nos deixou” em vez de “Ele morreu.”

Ironia: Sugere o contrário do que se afirma. Exemplo: “Ótimo dia para um piquenique!” quando está chovendo.

Prosopopeia: Envolve a personificação, atribuindo características humanas a objetos ou animais. Exemplo: “O sol sorriu para mim.”

Antítese: Consiste na oposição entre palavras, expressões ou ideias. Exemplo: “A vida e a morte são as duas faces da mesma moeda.”

Paradoxo ou Oximoro: Expressa uma contradição. Exemplo: “Uma doce tristeza invadiu meu coração.”

Apóstrofe: É a interrupção da frase para interpelar ou invocar. Exemplo: “Oh, amor, por que és tão complicado?”

Gradação: Envolve uma sequência de ideias, geralmente em progressão. Exemplo: “A tempestade chegou, o vento uivou, a chuva caiu.”

Figuras de Som ou Harmonia

Aliteração: É a repetição de consoantes ou sílabas. Exemplo: “O rato roeu a roupa do rei de Roma.”

Assonância: É a repetição de vogais. Exemplo: “Juro que não acreditei, eu te estranhei/Me debrucei sobre teu corpo e duvidei (Chico Buarque)

Onomatopeia: Palavras cuja sonoridade está associada à coisa representada. Exemplo: “O cachorro latiu ‘au-au’.”

Paronomásia: Palavras parecidas, mas com grafia, som e significado distintos. Exemplo: “Ele era o maior dos menores.”

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