Gêneros Discursivos
Podemos definir como gêneros discursivos as formas estáveis de enunciados, existindo em número quase ilimitado, sendo caracterizados por três elementos: conteúdo temático, construção composicional e estilo.
Não devemos confundir gêneros discursivos com as tipologias textuais, nem com o suporte.
Tipologias textuais
Tipologia textual se trata da forma como um texto se apresenta dentro de uma estrutura fixa ou modelo
As tipologias textuais mais comuns são:
Narrativa
Possui narrador e conta um enredo que envolve espaço, tempo e os personagens. Exemplos: contos, romances, novelas, fábulas, crônicas, anedotas, poemas e lendas.
Descritiva
Descrição ou retrato escrito de lugares, objetos, pessoas, sentimentos, acontecimentos, etc. Exemplos: biografia e autobiografia, relatos, diários, notícias, currículos, cardápios, etc.
Dissertativa
Exposição de ideias, argumentações e opiniões. Exemplos: Dissertações, editoriais, artigos, carta aberta, manifestos, etc.
Expositiva
Exposição de pontos de vista, conceitos, conhecimentos e esclarecimentos. Exemplos: Reportagens, seminários, artigos científicos, fichamentos, etc.
Injuntiva
Ensina, passa instruções e indica como realizar uma ação. Exemplos: Bula de remédio, manuais, editais, etc.
Suporte dos gêneros discursivos
Suporte ou portador é onde se veicula, ou publica-se o gênero, podendo ser físico ou virtual. Exemplos: Blogs, sites, revistas, livros, embalagem, outdoor, folder, etc.
Conclusão
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são os norteadores do ensino nacional. Neles, é mencionado que o desenvolvimento da competência discursiva tem como unidade básica o texto, e, todo texto se enquadra em determinado gênero, assumindo assim funções comunicativas, as quais geram usos sociais. Mas há muitas questões envolvendo texto e gênero.
Diante de tudo disso é importante que, primeiramente, o (a) professor (a) conheça afundo essas diferenciações e semelhanças, para então montar seu Quadro Teórico de Referência, que servirá de base para que ele (ela) consiga realizar com eficiência o ensino de Língua Portuguesa através dos gêneros discursivos.
Como trabalhar com Gêneros Discursivos em sala de aula
Dado o número extenso de gêneros criados em uma cultura, é preciso que o (a) professor (a) selecione quais deverão ser trabalhados, e isto deve ser pautado em critérios e conhecimentos teóricos.
Assim, algumas considerações deverão fazer parte desta escolha. Dentre elas:
• Trabalhar tanto com gêneros orais quanto com gêneros escritos;
• Observar a utilização que o aluno fará de cada gênero em sua vida;
• Selecionar os gêneros de ocorrência mais frequente e/ou constante na vida das pessoas;
• Utilizar textos tanto de uso privado, quanto com os de uso público;
• Optar por textos de gêneros que favoreçam a reflexão crítica, o exercício de formas de pensamento mais elaboradas e abstratas, bem como a fruição estética dos usos artísticos da linguagem;
• E por fim, trabalhar com tipos que entrem na constituição, se não de todos, da maioria dos gêneros.
Atenção aos estereótipos de gêneros discursivos!
Também é importante salientar que os (as) estudantes devem conhecer os exemplares e os modelos verdadeiros de um gênero, para assim refletir sobre a estrutura composicional dos gêneros. Muitas vezes são apresentados distorções e estereótipos que não representam verdadeiramente ao gênero, acrescidos ou retirados elementos. Depois conhecer sobre a função social de cada um, levando o (a) aprendiz a produzir seu próprio discurso dentro do gênero apresentado, fazendo-o (a) refletir e realizar tarefas linguístico-discursivas, adaptando o que aprendeu e adequando às necessidades do seu contexto social. E o mais importante: estabelecer modos de levar os alunos e alunas a incorporar tais recursos em suas competências de produção e compreensão de textos.
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Referências:
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. O que é um ensino de Língua Portuguesa centrado nos gêneros?. In Anais do SIELP. Volume 1, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2011. p. 509‐519. ISSN 2237‐8758.
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