CADEIRADA ou CADERADA? Qual a forma correta?

“Cadeirada ou caderada?” Sei que a resposta parecerá óbvia para muitas pessoas, no entanto, ainda há uma grande parcela da população que confunde a escrita e a pronúncia de termos com estas características.

Você sabia que este tipo de confusão é um fenômeno linguístico mais comum do que você pensa? Ele se chama Monotongação e nada mais é que a redução de ditongos como: ei, ou, ai, entre outros, para uma vogal simples.

Veja estes exemplos:

Pela manhã comi um pão com “mantega”. Nesse caso o ditongo “ei”, da palavra “manteiga”, foi reduzido para a vogal “e”.

Um outro exemplo bem mais comum é com a palavra “cabeleireiro”, pois a grande maioria das pessoas pronuncia e/ou escreve “cabelereiro”.

Respondendo à pergunta inicial: o correto é “cadeirada”, originária da união do termo cadeira com o sufixo -ada, por esta razão utilizamos o ditongo “ei”.

Outros exemplos comuns de monotongação:

Forma correta	Monotongação
Dinheiro	Dinhêro
Touca	Tôca
Roupa	Rôpa
Beijo	Bêjo
Louco	Lôco

Reflexo de nossa Fala

A Monotongação ocorre geralmente de maneira natural na fala coloquial (aquela comum do dia a dia), onde há uma tendência à simplificação dos sons para facilitar a articulação.

Assim, isso é especialmente comum em regiões onde o ritmo de fala é mais rápido ou informal, levando a uma redução dos ditongos que, ao invés de serem articulados plenamente, se simplificam a uma única vogal.

Vale lembrar que, de acordo com a região de nosso país, esta variação linguística pode ser mais ou menos acentuada.

Há também o fenômeno contrário, a Ditongação. Que consiste no acréscimo de uma vogal formando um ditongo.

Exemplos de Ditongação:

Forma correta	Ditongação
Eficaz	Eficaiz
Três	Trêis
Cartaz	Cartaiz
Vocês	Vocêis
Traz	Traiz
Gás	Gáis
Arroz	Arroiz
Jesus	Jesuis

Em São Paulo costumo ouvir uma frase que é muito comum e que envolve as duas situações:

Comi um prato de “arroiz” com”fejão” delicioso ontem à noite!

Neste exemplo acima temos os dois fenômenos linguísticos na mesma oração.

É importante salientar que, tanto a monotongação, quanto a ditongação, afetam mais o processo fonético do que o ortográfico, mas não é raro vermos o reflexo destes fenômenos na escrita das pessoas hoje em dia, refletindo traços da oralidade na escrita.

Vale a pena ressaltar que, trazendo para o contexto escolar, estas ocorrências são geralmente percebidas em estudantes com dificuldades de aprendizagem e demandam atenção dos professores e professoras para uma intervenção pontual.