Jovem com paralisia cerebral passa em Vestibular
Jovem com paralisia cerebral passa em vestibular da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e na Universidade Federal do Pará (UFPA). O paraense Lucas Nobre, de 17 anos, alcançou uma grande conquista para sua família e sua trajetória de vida: ele foi aprovado na Universidade do Estado do Pará (Uepa) e na Universidade Federal do Pará (UFPA) para o curso de Licenciatura em Filosofia. Lucas, que tem paralisia cerebral, é o primeiro da família a ingressar no ensino superior, marcando um momento de celebração e superação.
A família, residente em São Miguel do Guamá, a cerca de 150 km de Belém, viu com orgulho a realização do sonho de Lucas, que passou nos dois maiores vestibulares do estado.
Na última sexta-feira (26), Lucas foi aprovado na Uepa, e no sábado (27), obteve aprovação também na UFPA. Para sua mãe, Alexandra Nobre, de 42 anos, a vitória é motivo de orgulho e reflete o esforço e dedicação da família.
“Ele é o nosso orgulho. Tudo que batalhamos o Lucas está colhendo. Quem pode imaginar isso tudo? Duas aprovações? Isso é para mostrar, mais uma vez, que a Pessoa com Deficiência pode tudo”, compartilha emocionada a mãe.
A preparação de Lucas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi intensa e contou com o apoio constante da família e da escola estadual Frei Miguel de Bulhões, além do acompanhamento no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém.
“Sabe-se que uma pessoa com deficiência, que apenas verbaliza, como é o caso do Lucas, escrever uma redação é mais complicado, diferente daquela sem diagnóstico que consegue desenvolver o conteúdo. Em resumo, superação o que estamos vivendo”, afirma Alexandra.
Ela deixa uma mensagem de força para outras mães:
“Não desistam dos seus filhos só por causa de um diagnóstico. Lutem por eles. Vão em frente.”
O apoio de profissionais também foi essencial para o sucesso de Lucas. Entre esses, destaca-se a atuação da psicopedagoga Syrlanda Monteiro, que acompanhou o jovem durante seu tratamento terapêutico no CIIR. Ela ressalta a importância da tecnologia assistiva e do plano terapêutico no desenvolvimento cognitivo de Lucas.
“Enquanto psicopedagoga, trabalhei a questão do amadurecimento das funções cognitivas, como a flexibilidade de pensamento, o planejamento, a atenção e a memória, além de outras funções importantes para a aquisição do conhecimento”, relata Syrlanda.
A psicopedagoga detalha que o trabalho incluiu atividades específicas voltadas para o aprimoramento da leitura, compreensão e organização do conhecimento prévio, possibilitando a Lucas a elaboração de uma boa redação e a realização de provas adequadas à sua condição.
“Essa inclusão foi primordial para que ele pudesse chegar ao objetivo de aprovação no vestibular. Conquistou excelentes notas e hoje está aí o resultado”, conclui a psicopedagoga.
Este feito é uma prova de que, com o suporte adequado e a crença no potencial do aluno, é possível superar barreiras e alcançar objetivos acadêmicos de grande importância. O exemplo de Lucas inspira a todos que, como ele, enfrentam desafios, mas seguem em busca de seus sonhos.
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